Caixa prorroga início de novas regras do financiamento imobiliário. Veja a nova data
19/10/2024

A Caixa Econômica Federal anunciou a prorrogação do início das novas regras para financiamento imobiliário, que reduzirão o valor financiado. A data, inicialmente prevista para 21 de outubro, foi adiada para 1º de novembro. Essas alterações impactam imóveis novos, usados, comerciais, construção individual e lotes urbanizados.
Segundo o banco, a prorrogação considera o crescimento da demanda e o orçamento destinado ao crédito habitacional em 2024. Com a expansão da carteira, a expectativa é que o volume de financiamentos supere o limite máximo projetado para o período.
As mudanças afetam tanto o Sistema de Amortização Constante (SAC) quanto a tabela Price. No SAC, o financiamento, que antes cobria até 80% do valor do imóvel, será reduzido para 70%. Já na tabela Price, a cobertura cairá de 70% para 50%. Além disso, o comprador não poderá ter outro financiamento ativo na Caixa, e o limite de valor do imóvel financiado será de até R$ 1,5 milhão. Imóveis adjudicados e os vinculados a empreendimentos financiados pela Caixa não estão sujeitos às novas regras.
Impacto nos financiamentos
Responsável por quase 70% dos financiamentos imobiliários no país, a Caixa já superou R$ 800 bilhões em sua carteira de crédito habitacional, com mais de 7 milhões de contratos ativos. Até setembro de 2024, o banco concedeu R$ 175 bilhões em crédito imobiliário, um aumento de 28,6% em comparação ao mesmo período de 2023. Ao todo, foram realizados 627 mil financiamentos, beneficiando cerca de 2,5 milhões de brasileiros.
No que diz respeito aos contratos com recursos da Poupança (SBPE), a Caixa atingiu 48,3% de participação no mercado em 2024, correspondendo a R$ 63,5 bilhões em operações até setembro. As novas limitações nas cotas de financiamento e no valor do imóvel não se aplicam às unidades habitacionais vinculadas a empreendimentos financiados pela Caixa, mantendo-se as condições atuais nesses casos.
Aumento no valor da entrada
Com as novas regras, o consumidor precisará dar uma entrada maior. Anteriormente, era necessário ter 20% do valor do imóvel para a entrada, mas agora será exigido 30% no SAC e 50% na tabela Price. “A Caixa está sinalizando dois pontos ao mercado: a redução dos recursos disponíveis para empréstimos e uma maior seletividade na concessão de crédito”, explica Alberto Ajzental, coordenador do curso de negócios imobiliários da FGV.
Ajzental destaca que essa seletividade está relacionada à redução no saldo da poupança, que, ano a ano, tem registrado retiradas de cerca de R$ 80 bilhões, diminuindo significativamente os recursos disponíveis para o crédito imobiliário. Além disso, as instituições financeiras enfrentam a alta da Selic, encarecendo o custo do dinheiro. “Com menos recursos, o crédito ficará mais caro e seletivo”, conclui o professor.